Bertrand, 2023
Nada a dizer de extraordinário. Mais um livro de um antigo deputado conservador de que já falámos aqui e que também conheceu a prisão. Conhecedor dos meandros da política e da polícia de Sua Majestade Isabel II que entretanto se foi deste mundo cor-de-rosa ou nem tanto assim quando se trata de um império feito a ferros e a sangue, como sabemos. Mas a narrativa policial tem essa garantia - a de saber-se do que fala e, nos tempos que correm, é uma mais-valia literária nada negligenciável. Por sinal, trata-se de gizar um roubo das jóias da coroa britânica coisa que só o Capitão Blood conseguiu na data de 1667! Consegue-se, mas nem tudo o que parece é e nos policiais isso é matéria importante e decisiva. Dá verdadeiro gozo ver como seria o tal roubo pensado ao milímetro e que foi posto em prática com sucesso. De tal maneira que o final do livro é verdadeiramente frenético, contado ao minuto.
Mas compreendemos o marketing literário de Jeffrey Archer já multimilionário com as vendas mundiais dos seus livros. Está lá tudo para a continuação da saga e para possível adaptação cinematográfica. É antes que tudo um guião fabuloso que não necessitaria sequer de adaptação e, muito melhor do que isso na perspectiva monetária do lucro, prepara-se para, deste livro, surgirem não um, não dois, não três, mas muitos mais livros que continuarão a narrativa baseada na vingança dos maus contra os bons. É o cânone policial. Mas melhor do que para aí se faz neste campo.